segunda-feira, 4 de abril de 2011

Adaptação Escolar - Texto Orientação Pais e Educadores

Escola....
ADAPTAÇÃO – Orientação aos pais
Atualmente as crianças vão para a escola cada vez mais cedo. O núcleo familiar está mais reduzido e os espaços físicos vêm diminuindo, alterando as possibilidades de brincadeiras com outras crianças. Neste contexto, a escola assume um papel importante no processo de socialização das crianças e no estímulo à aprendizagem de novos valores, regras e conhecimentos. O momento de entrada da criança na escola é muito especial. Nos primeiros dias, o clima geral é repleto de emoções. Os sentimentos são variados. A curiosidade do novo, o medo do desconhecido, a incerteza da melhor escolha. No entanto, o sentimento dominante é a forte emoção da separação.
É comum os pais ficarem ansiosos, preocupados. Será que estou fazendo o melhor para meu filho? Vou sentir tantas saudades! Será que ele vai ficar bem? Espero que a professora goste dele. A criança está assustada e confusa. O que tem neste lugar? Por que minha mãe não pode ficar comigo?
Os sentimentos de separação são poderosos. Eles precisam ser respeitados e entendidos.
A Separação
A separação e a ligação afetiva são dois sentimentos complementares que surgem em vários momentos da vida. Ao nascer, o bebê se separa fisicamente de sua mãe. Logo depois, liga-se a ela novamente. Mais tarde, cria vínculos com o pai e com as pessoas que atendem suas necessidades básicas. Assim, a criança desenvolve sentimentos de confiança que serão a base emocional de sua vida futura. A criança precisa de vínculos com outros significativos para seu desenvolvimento. Os outros significativos, nesta perspectiva, apontam para os educadores, os profissionais da escola. Conheça a educadora que ficará responsável pela adaptação de seu filho. Conheça para confiar!
O outro lado da ligação afetiva é a separação. Desde cedo, vivemos várias situações em que ela aparece. O bebê se separa do seio da mãe para a mamadeira, da mamadeira para o copo. Em situações variadas, deixamos objetos, pessoas e lugares. Ao entrar na escola, a criança aprende a separar-se dos pais por um certo número de horas por dia. E os pais também precisam aprender a separar-se da criança para seu crescimento.
Considerando as emoções nessa fase, nós propomos uma adaptação que ajude os pais e a criança a lidarem com os sentimentos de separação de forma gradual.
Os passos para a adaptação
O processo de adaptação consiste numa série de passos que facilitam a entrada da criança na rotina da turma. Sabemos que não é fácil aprender a separar-se dos pais e fazer novas ligações afetivas de uma só vez.
• É importante que a criança fique acompanhada somente de um adulto, de preferência mãe ou pai. Quando não for possível, a babá, a avó ou uma pessoa importante para a criança. Nos primeiros dias, o período de escola será mais curto, para que seu filho vá se acostumando aos poucos com a nova rotina. É importante que a criança não saia cansada e tenha vontade de voltar no dia seguinte.
• Deixe seu filho bem à vontade para explorar o espaço. Não o force a entrar nas brincadeiras ou a manter um contato mais próximo com as professoras. Cada um tem seu ritmo próprio para criar novos vínculos. Algumas crianças ficam retraídas observando o grupo. Outras, logo entram nas brincadeiras.
Converse com seu filho(a) sobre a entrada na escola. Conte que aqui ele vai brincar, desenhar, dançar, divertir-se e aprender coisas novas. Fale o nome das educadoras da Angelus Dei, para facilitar a transferência. Sentindo a sua segurança, seu filho vai sentir-se seguro também.
• Procure não interferir em pequenas desavenças entre as crianças. As professoras têm bastante prática nessas situações. Aos poucos, encaminhe as solicitações de seu filho para as educadoras.
• Quando chegar o momento oportuno, você será solicitada a ausentar-se da escola por alguns períodos. A equipe de trabalho é treinada para atender as crianças que estão em adaptação, e se necessário você será chamada para voltar logo. Existe um momento em que é necessária a separação, a criança saber que o responsável não está na escola. O tempo de permanência prolongado prejudica a referência da criança com as educadoras. Quando estiver na hora de ausentar-se, saiba que ainda estamos em processo de adaptação.
• Não fuja de seu filho. Você estaria criando uma situação de desconfiança e incerteza. Dê tchau e diga que logo depois a mamãe voltará para busca-lo.
• O uso do uniforme é importante para que seu filho perceba que faz parte do grupo. Sempre que possível, traga de casa o que for solicitado : motoca, brinquedos, etc. Você receberá um bilhete informando o que trazer e quando.
• Permaneça junto a seu filho o tempo que for necessário. Entenda que as crianças têm tempos diferentes para adaptar-se à escola. A criança que tem uma adaptação mais rápida não é mais madura que outra que leva mais tempo para unir-se ao grupo. Nossa Escola trabalha para preservar o sentimento de que cada criança e sua família tem seu jeito próprio de ser.
• Esteja à vontade para esclarecer suas dúvidas com a diretora ou com a educadora responsável pela adaptação de seu filho(a). Estaremos sempre por perto.
Cenários possíveis
Mesmo depois de adaptada à rotina da escola, é comum acontecer retrocessos temporários. A criança, que entrou tranqüila nas últimas quatro semanas, pode não querer entrar agora. A outra, que caminhava bem na adaptação, volta atrás depois de um fim de semana ou um feriado prolongado.
A criança também pode perder o entusiasmo, não querer participar das atividades e resistir em vir para a escola. Não se assuste, mas é importante que você mantenha firmeza nos propósitos. Esse é um comportamento comum. Se isso vier a ocorrer, fale com a diretora. Ela poderá ajudá-la a lidar com essas questões.
Algumas crianças fazem uma adaptação rápida, parecem lidar facilmente com a separação mas, em casa, apresentam comportamentos regressivos, voltam a chupar o dedo, a esquecer de ir ao banheiro. Nesses casos, não resolve dizer "Não seja um bebê". Entenda que, para ela, não está sendo fácil ter que deixar você. Talvez a criança ainda precise da sua presença por mais um tempo. Se for o caso, a Escola vai procurá-la.
Muitas crianças querem trazer objetos de casa para a escola. Aquele paninho de estimação, a chupeta ou o brinquedo preferido. Esses objetos são uma maneira dela sentir-se segura e manter-se ligada à sua casa, favorecendo o processo de adaptação. É importante apoiar essa iniciativa. Com o tempo, a educadora saberá como encaminhar essa questão.
Adaptação em casa
Saiba que a adaptação na escola afeta toda a família. A criança pode tornar-se mais irritada e exigente, desafiando sua paciência. Algumas regridem, molham a cama, querem colo, ficam junto aos pais o tempo todo.
As novas rotinas também afetam a vida familiar e a relação entre aos pais e a criança. São novos horários para acordar, tomar banho, almoçar. Procure ajustar-se a eles, alguns dias antes das aulas começarem e mantenha um clima tranqüilo em casa.
Com essas dicas e informações, a equipe de profissionais da Escola ... espera contribuir para um início de uma parceria de sucesso. O início de uma relação de confiança que se estabelece entre a criança, sua família e a escola. Com o tempo, vêm as novidades. Seu filho ou filha vai estabelecer novas relações com as professoras e com outras crianças. Vai aprender novas brincadeiras, palavras e símbolos. Vai explorar outros espaços e conhecer objetos e materiais diferentes. Acontece um “buuum” no desenvolvimento. E você verá, como em um passe de mágica, que tudo valeu a pena!


ADAPTAÇÃO – Orientação aos professores

Textos disponibilizados para estudo:
• “Adaptação na escola – cuidados fundamentais com a criança nos primeiros dias de aula.” Alexandre Juska, Revista do Professor, n12, pgs 43 e 44.

• “Entrada na escola- procedimentos que facilitam a adaptação” Regina Helena Pranke, Revista do Professor, n 10, pg 38.

• “Momento Crucial: Vida Nova ou o Tradicional período de adaptação.” (SME –Florianópolis)

• “Processos de adaptação na creche” Cadernos de pesquisa, n 86, pg 55-64,1993

• “O período de adaptação na pré-escola em um enfoque psicopedagógico” Lisete Annes Henriques

Socialização e adaptação da criança na pré-escola

Nos dias de hoje é comum as crianças irem mais cedo para a escola. As crianças também apresentam a necessidade e imensa vontade de estar com outras crianças. Os pais diante destes fatos podem optar por deixar seu filho em uma escola infantil, deixar com familiares ou contratar uma babá. A escolha deve ser feita com maturidade, pois podem surgir críticas e como os pais são os responsáveis pela criança devem estar seguros de sua decisão.
A opção sendo por uma escola, os pais e familiares podem fazer uma pesquisa no bairro em que moram por uma escola que se adapte suas as expectativas ex: ( porte da escola - pequena, média ou grande - número de alunos por sala, filosofia da escola, valor da mensalidade, etc), sempre é bom uma visita pelo espaço físico e uma conversa com a direção.
A adaptação da criança está na dependência da orientação da educadora, que deverá conhecer suas necessidades básicas, suas características evolutivas e ter informações quanto aos aspectos de saúde, higiene e nutrição infantil (todas estas informações devem ser passadas pelos pais em entrevista prévia com a direção através de anamnese). Sendo assim, a socialização da criança desenvolve-se harmoniosamente adquirindo superioridade sob o ponto de vista da independência, confiança em si, adaptabilidade e rendimento intelectual.
As atividades programadas devem basear-se em suas necessidades e interesses; crianças são ávidas para explorar, experimentar, colecionar, perguntar, aprendem depressa e desejam exibir suas habilidades.
As atividades como percepção visual, percepção visomotora e coordenação motora, percepção auditiva, linguagem oral, percepções gustativas e olfativas, percepção tátil, Artes (Oficina) e Educação Física integram o processo de aprendizagem da criança com o processo de socialização.
Caberá à escola estimular e orientar a criança, considerando os estágios de seu desenvolvimento, aceitando-a e desafiando-a a pensar. O ambiente que estimule a atividade criadora da criança, além de contribuir para o seu desenvolvimento global, estará, certamente, favorecendo a aproximação da criança à realidade escolar.
Saliento que o desenvolvimento da criança deve ser acompanhado principalmente pelos pais, pois a escola é apenas um suporte facilitador para todo o processo.
A seguir algumas informações sobre o processo de adaptação:
1 - A decisão de colocar seu filho na escola deve resultar de atitude pensada, consciente e segura. Sempre digo aos pais: Não existe escola perfeita, mas estamos sempre abertos para melhor atender os nossos alunos e familiares;
2 - A vinda da criança para a escola deve ser preparada; entretanto, evite longas explicações para ela, pois isso pode despertar suspeitas e insegurança;
3 - A separação, apesar de necessária, é um processo doloroso tanto para a criança quanto para a mãe, mas é superado em pouco tempo;
4 - Cuidados devem ser tomados nesse período de adaptação em relação a: troca recente de residência, retirada de chupeta ou fraldas, troca de mobília do quarto da criança, perda de parente próximo ou animalzinho de estimação;
5 - O choro na hora da separação é freqüente e nem sempre significa que a criança não queira ficar na escola;
6 - A ausência do choro não significa que a criança não esteja sentindo a separação. Não force com violência e ansiedade a criança a ficar na escola;
7 - Evite comentários sobre a adaptação da criança em sua presença; Suas dúvidas e questionamentos devem ser conversados na ausência da criança. Se vc tiver receio em relação á piscina, não os apresente na frente dela, pois a água é um excelente meio para adaptação e desenvolvimento da criança, e além dos profissionais preparados, a escola tem um rigoroso controle sobre seu uso. A água remete a barriga da mãe, e a criança sente-se protegida...
8 - Cabe à mãe entregar a criança ao educador, colocando-a no chão e incentivando-a a ficar na escola. Não é recomendável deixar o educador com o encargo de retirar a criança do colo da mãe;
9 - Nunca saia escondido de seu filho. Despeça-se naturalmente.
10 - A sala de atividades é um espaço que deve ser respeitado e sua presença nela, além de dificultar a compreensão da separação, fará as outras crianças cobrarem a presença de suas mães;
11 - Incentive a criança a procurar a ajuda do sua educadora quando necessitar algo, para que crie laço afetivo com ela;
12 - Lembre-se que a educadora atende às crianças em grupo, procurando distribuir sua atenção, igualmente, promovendo junto com a mãe a integração da criança;
13 - Se os pais confiam na escola, sentirão segurança na separação e esse sentimento será transmitido à criança, que entenderá melhor a nova situação;
14 - O período de adaptação varia de criança para criança, é único e deve ser avaliado individualmente;
15 - Evite interrogatórios sobre o dia da criança na escola;
16 - Poderão ocorrer algumas regressões de comportamento durante o período de adaptação, assim como alguns sintomas psicossomáticos (febre, vômitos etc.).
17 - É comum verificar-se nessa fase uma ambivalência de sentimentos. O desejo de autonomia da criança e a necessidade de proteção ocorrem simultaneamente.
18 - Cuidado com a aparente adaptação. Os pais devem respeitar o período estabelecido pela escola. A direção, a pedagoga responsável ou a educadora vai lhe sugerir a data para entregar a criança já no portão. Isso não significa que sua entrada seja barrada, mas é processo da adaptação.
19 - A adaptação das crianças de período integral inicialmente deve ser feita em um turno (manhã ou tarde).
20- No período de adaptação, a crianças pode trazer e levar diariamente um objeto que lhe pertença, seja brinquedo, cheirinho ou outro, na função de objeto transacional.
21- É aconselhado por especialistas, conversar com a criança dormindo, tão logo o sono chegar, falando carinhosamente a respeito da escola, que será legal, bem cuidada, que a educadora- vc já saberá o nome o que deve ser dito- vai estar junto com ela, que ela vai brincar e se divertir e depois volta para casa.
22- Não use a expressão ‘vou deixar vc na escola’, mas sim ‘vou levar vc na escola’. E principalmente, complete dizendo que quando estiver na hora, vc virá buscar a criança para levá-la para casa.
23- Nos primeiros tempos na escola, é normal a criança apresentar sintomas tipo ‘empurrar’ os colegas. Se a educadora lhe passar estas informações, não é reclamação, é sintoma de evolução: a criança já está se sentindo mais segura no espaço da escola e está iniciando sua socialização, aprendendo a estar com e brincar com outras crianças.
Sugiro que: No programa de adaptação a mãe pode ficar no 1o. dia 2hs junto no pátio e visível à entrada da sala de atividades. No 2o. dia a mãe pode se distanciar um pouco e observar de longe e no 3o. dia ausentar-se 1 hora após a entrada. Na 2a. semana o horário deverá ser normal sem a presença da mãe. Na primeira semana e primeira segunda feira, a permanência da criança deve ser gradativa. Em tempo: Este programa é indicado apenas para as mães que fazem questão de ficar na escola. Caso contrário, realmente não é necessário. Pois pode causar uma adaptação mais demorada e insegura para a criança.
Mamãe! É freqüente o aparecimento de sentimentos de culpa, insegurança, ansiedade e ciúmes pelo "abandono" do filho na escola. Se você estiver deprimida por esse sentimento procure discuti-lo com a psicopedagoga ou com a psicóloga da escola.
A ‘grosso modo’, até os sete-oito meses não há apresentação de problemas de adaptação, salvo se já passou por experiências frustrantes em outro ambiente, mas geralmente sugere-se dois ou três dias para adaptação da mãe. A partir dos 8 meses verifica-se o "estranhar" (nível de maturação que permite ao bebê distinguir a diferença visual entre o conhecido e o desconhecido). Nessa época a adaptação pode ficar mais difícil e levar alguns dias. Comece deixando-o no berçário no 1o. dia por uma hora, fique por perto observando a rotina, o ambiente e vá aumentando o tempo de permanência da criança progressivamente no 2o., 3o. dia. Em caso de dúvidas quanto ao comportamento de seu filho ou quanto às condutas adotadas pela escola, procure a direção que estará à sua disposição para esclarecê-lo e ajudá-la sempre que necessário.
Lembre-se: A escola é especializada em educação infantil, com profissionais preparados para atender a criança nesta faixa etária.
Sejam bem vindos á nossa escola!

Janina Stumm Moritz
Pedagoga - Psicopedagoga

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